domingo, 25 de agosto de 2013


Timor é um país que ainda precisa de crescer muito em termos de desenvolvimento. Por vezes, aquilo que se escreve leva a que as pessoas pensem que tudo aqui corre sobre rodas. Não é bem assim. Há muitos problemas, têm surgido muitas incertezas, falhas no cumprimento de muitas obrigações,  pois aquilo que se diz num dia, no dia seguinte ou até no próprio não é verdade.
A TT (Timor Telecom) é uma empresa de telecomunicações que presta um serviço pouco eficaz. Começo por dizer que uma reclamação, levou meses a ser analisada e só o foi depois de reclamar segunda vez. O serviço de internet deixa muito a desejar  com  a ligação a cair imensas vezes, frequentemente mais de 20 vezes em apenas uma hora.

O contrato de adesão a um serviço, por ex, de 30 dias, termina exatamente na hora e no minuto em que perfaz os 30 dias, nem mais nem menos e se ainda houver plafond do período anterior, ele perde-se não acumulando para o período seguinte (parecem querer dizer: tivesse gasto tudo durante o período em vigor). Neste caso, a TT ganha porque recebeu o dinheiro relativo ao plafond existente e vai receber outra vez quando se fizer novo contrato. Como o tempo de duração de um contrato não termina às 24h do dia em que caduca mas  na hora e minuto em que perfaz o período, a TT ganha outra vez porque o cliente não pode assinar um contrato de prestação de serviços para começar às 00 horas. Quanto muito, para aproveitar ao máximo, o cliente terá de ir à loja à hora do fecho da mesma para adquirir novo serviço.

Relativamente a um contrato de um mesmo produto, é suposto que ele tenha as mesmas características independentemente da loja da mesma operadora em que ele é subscrito. Pois aqui, pode não ser bem assim. O mesmo se passa em relação às informações que são dadas num e noutro local.


Eficiência e responsabilidade no trabalho: parece que quanto menos se fizer, melhor. Qualquer arranjo leva imenso tempo a ser executado para além do preço que, em alguns casos, é proibitivo.
Saneamento básico: Não existe. Há o sistema de fossas ou não há nada. Não há água potável. O serviço municipal das águas só se responsabiliza pelas roturas que ocorrem até 6 metros depois da saída do depósito. Há muito desperdício de água e os canos são facilmente estragados por se encontrarem à superfície e, muitas vezes, em plena estrada onde circulam os veículos.
Em Maliana, não existe serviço de recolha de lixo. Cada família queima o que produz ou abandona-o em qualquer sítio que tanto pode ser ali ao lado como pode simplesmente deitá-lo no rio e que mais tarde há de chegar ao mar.
É permitido enterrar os mortos ao lado da casa de habitação que por sua vez tem ali um poço onde se abastecem de água.
O lixo na praia apenas muda de lugar: da areia à beira da água para a areia um pouco mais atrás.

Higiene: vacas ou búfalos abatidos e esfolados na rua, no chão, sendo  a carne  vendida ao ar livre, ao sol, ao pó... O mesmo se passa em relação ao peixe. (não são de admirar casos sistemáticos de diarreias).

Vias de comunicação: muito más tanto dentro da cidade como fora dela e os trabalhos  de reparação ou não se veem ou são executados muito lentamente.

Energia: postos de combustível à beira das estradas com a gasolina a ser vendida em garrafas de 1,5l. Desperdício de energia elétrica: grande parte das pessoas tem as lâmpadas ligadas dia e noite. Por enquanto, em Maliana ainda não é cobrada. Falta iluminação noturna.

 Salários em atraso: Desde que aqui estou, só houve dois meses pagos a tempo e horas.
Polícia: raramente se vê pelas ruas mas vejo-a todos os dias de manhã em parada. É proibido andar de mota sem capacete mas é possível ver 4, 5,ou 6 pessoas numa mota só.

Fazer um depósito bancário custa $1,95 e o seu levantamento $0,55.


 

 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Timor
Localização
Timor-Leste fica situado na parte oriental da ilha de Timor mais o enclave de Oécussi que fica na parte ocidental pertencente à Indonésia. Possui ainda a ilha de Ataúro, que faz parte integrante do distrito de Díli, e o ilhéu de Jaco no extremo leste.
Em termos geográficos, situa-se na Ásia próximo do território australiano, da Indonésia e da Papua-Nova Guiné. Está rodeada, a norte pelo Mar das Flores e a sul pelo Mar de Timor.
Está dividido em 13 distritos, que se subdividem em 65 sub-distritos e estes em 442 sucos
Línguas
Antes da chegada dos portugueses já teria sido estabelecido o tétum-térik devido à necessidade de um instrumento de comunicação. Com a sua presença, foram introduzidos novos vocábulos portugueses e malaios dando origem a um “novo tétum” – o tétum praça. Embora haja uma grande diversidade de dialectos (mais de 16), o tétum é o mais falado pela população.
O Tétum e o Português são as únicas línguas oficiais enquanto as línguas de trabalho são o inglês e o malaio (Bahasa).
Religiões
Cerca de 97% da população é católica sendo que os restantes 3% pertencem aos protestantes/evangélicos, muçulmanos, budistas, hindus, animistas, etc.
Lenda
Diz a lenda que Timor ter-se-ia formado a partir do corpo de um crocodilo (lafahek) que depois de ser ajudado por um menino, resolveu comê-lo quando tinha fome. Instado pelos seus amigos a poupar quem lhe tinha salvo a vida, resolveu ir passear pelo mar com o menino às costas. Quando parou para descansar, transformou-se em pedra e em terra e cresceu tanto que ficou do tamanho da ilha em forma de crocodilo.
Símbolos nacionais
Os símbolos e as cores da bandeira nacional  estão relacionados com a sua História.
Amarelo- rastos do colonialismo
Preto-obscurantismo que é necessário vencer
Vermelho – luta pela libertação
Branco – paz
Geologia
A ilha de Timor surge na zona de subducção entre a placa australiana e a euro asiática muito próxima. As rochas mais antigas têm mais de 286 milhões de anos formadas por micaxistos, gnaisses, anfibolitos e filitos. Outras formações rochosas mais recentes são constituídas por calcários, xistos argilosos e grés quartzíticos. Timor é consequência de grandes acidentes tectónicos que deram origem a dobras, falhas e carreamentos. A ilha de Ataúro, de origem vulcânica, possui basaltos, andesitos, riólitos e tufos cobertos por rochas calcárias coralíferas.
Devido à sua situação geográfica, Timor é uma ilha sujeita a desastres naturais. Estes devem-se não só à proximidade de zonas de vulcanismo ativo, que provocam sismos, tsunamis, escorregamentos, mas também está sujeita a inundações provocadas por chuvas torrenciais com grande força destruidora. Para além disso, a população não tem meios para fazer face a esses acidentes o que agrava as suas condições de vida pela destruição de pessoas e bens incluindo a área agrícola.
Relevo
O centro do país é muito montanhoso e vai suavizando à medida que nos afastamos para Leste.
A maior elevação é o Monte Ramelau com 2 960 metros de altitude, seguido do Monte Matebian (Matabia)  de 2 370m, Cablaque com 2 340m, Merique com 2 100 me Loelaco  com cerca de 2 000m, monte que avisto todos os dias, quase sempre coberto por espessas nuvens. Esta zona montanhosa divide o país ao meio com características diferentes em termos de orografia. Tanto se podem verificar declives muito acentuados da ordem dos 80%, originados pela grande erosão hídrica consequência da forte precipitação, como declives suaves, com maiores linhas de água e grandes planícies aluviais.
Hidrografia
Devido ao tipo de relevo e de solo, à intensidade das chuvas tropicais, que provocam grandes inundações e deslizamentos das vertentes montanhosas e à pequena dimensão de Timor-Leste, o nível de erosão é muito elevado.
A rede hidrográfica é constituída por ribeiras, algumas das quais com um caudal tão reduzido que desaparecem durante a época seca. O curso de água com maior bacia hidrográfica, com uma extensão de 80km, é a ribeira de Lacló que nasce em Aileu e desagua em Manatuto.
Existem ainda algumas zonas de águas quentes sulfurosas (be manas), antigamente utilizadas para fins terapêuticos, como por exemplo, as termas de Marobo, distrito de Bobonaro.
Clima
De uma maneira geral, possui um clima tropical caracterizado por duas estações: a estação das chuvas, de outubro a março influenciado pela monção asiática e nos restantes meses pela monção australiana. A estação das chuvas caracteriza-se pelo elevado nível de pluviosidade, variável de região para região, temperatura e humidade altas e uma amplitude térmica bastante baixa na ordem dos 2 a 4 graus.
Na estação seca, o tempo é mais fresco e seco com ventos fortes provenientes do território australiano.
Em termos de grandes espaços naturais, Timor está dividido em 4 zonas:
-        Costa sul –  de clima quente e húmido,  com duas estações de chuva possibilitando 2 colheitas por ano em terrenos muito férteis para a produção de cereais.
-        Extremo leste – de clima quente e muito húmido. É a zona mais húmida do país com 2 estações de chuva.
-        Interior montanhoso – com alturas superiores a 1000m é a zona mais fria de Timor e apresenta uma precipitação muito elevada. Os terrenos são propícios à produção de café.
-        Costa norte – de clima quente e seco, com uma estação de chuva e uma estação seca. Os solos são pouco férteis exceto nas zonas próximas dos cursos de água.
Recursos naturais
Os solos do território escondem recursos minerais, em quantidade variável, de ouro, cobre, manganês e carvão, mas também xistos, mármores e calcários e petróleo em grande quantidade no Mar de Timor (uma das 20 maiores jazidas de petróleo do mundo).

Divisão administrativa do país
Administrativamente, Timor está dividido em 13 distritos: Aileu, Ainaro, Baucau, Bobonaro, Covalima, Dili, Ermera, Lautem, Liquiça, Manatuto, Manufahi, Oecusse, Viqueque. Estes distritos dividem-se, por sua vez, em subdistritos num total de 65 e estes ainda em 442 sucos (menor divisão administrativa).
População
Segundo o Census de 2010, Timor-Leste tinha 1 066 409 pessoas. No séc. XX, houve sempre uma tendência crescente da população timorense à exceção dos períodos relacionados com a invasão nipónica durante a II Guerra Mundial, com a invasão indonésia e com os problemas que se seguiram ao referendo de 1999.
Em média, a densidade populacional é de cerca de 79 h/km. De uma forma geral, as regiões com maior densidade são as principais cidades, com destaque para Díli, e as zonas montanhosas e de menor densidade são as áreas mais planas e de menor altitude. Os distritos mais próximos da fronteira, Bobonaro e Covalima, são aqueles que sofreram maior decréscimo de população.
Nos anos imediatamente anteriores ao referendo, Díli perdeu mais de 10 000 habitantes e durante os conflitos de 1999 abandonaram a capital cerca de 80 000 pessoas. Contudo, com a administração das Nações Unidas, a população subiu para 165 mil habitantes, devido à segurança social e económica que a cidade representava. Com a estabilidade do país, a população começou, novamente, a abandonar a capital e a regressar às suas terras.
Os movimentos migratórios recentes vividos em Timor deveram-se, sobretudo, aos acontecimentos relacionados com a independência e a invasão indonésia em 1975. Muitas pessoas emigraram para Portugal e para a Austrália e, durante a ocupação indonésia, os jovens eram estimulados a deslocarem-se para outras regiões da Indonésia no sentido de continuarem os seus estudos. Por outro lado, eram criados colonatos agrícolas com a vinda de muitos indonésios principalmente para as zonas da costa sul e da foz da ribeira de Loes, aliviando, desta forma, a elevada densidade populacional das ilhas de Java e de Bali. O referendo de 1999, que deu origem a violentos conflitos, obrigou a população a refugiar-se nas montanhas ou a deslocar-se para a parte ocidental da ilha de Timor em busca de segurança. Com a estabilização do país, um grande número de pessoas regressou mas nem sempre para as suas zonas de origem.
É um país jovem e com muita população jovem também. A esperança média de vida, em 2000, rondava os 47 anos de idade.
Faixa etária
0-14 anos
15-64 anos
+ 65 anos
% de pessoas
41,4%
53,9%
4,7%
                                                 Dados do Censos de 2010
Os aspectos climáticos, a morfologia do terreno, a riqueza do solo, as formas tradicionais de agregação ou de ordem histórica são responsáveis pela distribuição desigual da população.
A aglomeração da população, na época colonial, verificava-se em torno dos campos de cultivo permitindo a dispersão da população por todo o território. Havia limites bem definidos e a mesma comunidade estruturava-se à volta da “Casa Sagrada” e “Árvore da vida”. A invasão indonésia provocou o desmembramento forçado das comunidades desenraizando as pessoas da sua ligação à terra e, consequentemente, das estruturas tradicionais.
Tanto se podem encontrar povoamentos junto às vias de comunicação como junto de cursos de água, dispersos ou concentrados.
A habitação
A habitação tradicional é diferente de região para região mas mantem traços comuns. É sustentada por pilares afastados do solo para se protegerem das inundações e dos ataques dos animais. Utilizam-se materiais de origem vegetal tal como a madeira, o colmo ou o bambu. Devido às características do clima, estas construções são feitas durante a época seca. Muitas das habitações não tradicionais usam o tijolo ou bloco de cimento e telhado de zinco.
Espaço urbano
Díli é a capital e é a cidade mais densamente povoada. É a que tem mais infra-estruturas  (aeroporto, hospitais, escolas) e serviços e a que pode proporcionar maior oferta de emprego. É onde se localizam algumas representações de empresas e de organismos internacionais. Segue-se Baucau e Maliana.
Condições de habitabilidade
Os conflitos que se seguiram ao referendo de 1999, destruíram enormemente o país, nomeadamente a rede de telecomunicações existente. Após esse período, apenas existia uma rede de comunicações militares. Atualmente, existem várias empresas de telecomunicações que prestam um serviço ainda com bastantes falhas. A rede eléctrica também ficou seriamente destruída - 10% das linhas de média tensão ficou danificada assim como a terça parte das ligações da rede às aldeias.
O abastecimento de água e saneamento básico ainda é muito precário. As pessoas utilizam a água da rede pública de distribuição, sem qualquer tratamento ou recorrem a poços, muitas vezes próximos de cemitérios ou de fossas. Em alguns locais da montanha, a água é recolhida e armazenada em depósitos individuais feitos de zinco ou de barro. As águas residuais são despejadas directamente em valas abertas que as transportam para os cursos de água ou são usadas fossas sépticas. Os resíduos sólidos urbanos são queimados, com todas as consequências que isso acarreta, e não há qualquer tipo de deposição selectiva e muito menos de reciclagem.
Atividades económicas
Segundo dados de 1999, a população de Timor está distribuída da seguinte forma pelos diversos sectores de actividade:
-sector primário (84%)
-sector secundário (3%)
-sector terciário (13%)
Após o referendo de 1999, a maior parte das estruturas do comércio, da indústria e dos serviços foi desactivada, obrigando a população a (sobre)viver da agricultura. Mais de metade dos produtos cultivados é para consumo próprio, à excepção do café (dados de 2001) sendo que, no caso do arroz, do milho e da mandioca, a percentagem chega aos 80%. Em regiões com maior incidência das chuvas é possível a colheita de 3 ciclos de arroz.
Em 1970, o consumo de carne era extremamente baixo – 5kg/ano por habitante. Com a invasão da indonésia, esse valor baixou para os 2,5kg/ano. Com o incremento da pesca, o regime alimentar dos timorenses melhorou substancialmente. A criação de gado sofreu um grande decréscimo a que se juntou um surto de doenças em 2000. Não há em Timor tradição de aproveitamento do leite para o fabrico de lacticínios, o que faz encarecer estes produtos que têm de ser importados.
A floresta de Timor tem características da Ásia e da Oceânia. Abundam várias espécies de eucaliptos, de acordo com a altitude, o gondão (Ficus indica), o tamarindo, pouco sândalo devido à exploração desenfreada tanto  por parte dos portugueses como dos chineses, malaios e indonésios. Acresce ainda o facto de terem sido provocados incêndios para facilitar a rendição da população, que eliminou parte do coberto vegetal trazendo graves consequências para a capacidade de retenção da água no solo, facilitando as escorrências, as inundações e a erosão. De uma maneira geral, predomina o mato, a savana e a floresta secundária nas encostas sob a qual se cultiva o café e as hortas. A floresta primária, natural e mais densa, existe nas zonas mais altas e com menor intervenção humana, associada a climas frescos e húmidos. Nas zonas de águas calmas do norte do território, existem áreas de mangais que possuem as raízes e os troncos submersos em água do mar. Em certas zonas do país, é importante a exploração de madeira de teca, para uso na marcenaria. Os coqueiros desempenham um papel importante na construção de habitações.
Embora haja uma grande variedade de espécies piscícolas, a pesca tem um peso muito reduzido na actividade da população. Com a invasão da Indonésia, houve um incremento da pesca mas os métodos e equipamentos utilizados eram muito básicos. Abundam moluscos, peixes, répteis, crustáceos e mamíferos. O consumo de peixe não tem tradição em Timor, principalmente no interior, pelo que se consome peixe seco. Os pescadores usams beiros, pequenas embarcações escavadas em troncos equilibradas por flutuadores e pescam com a ajuda de rede, anzóis, arpões e camaroeiros. A falta de exploração do mar contribui para a manutenção dos ecossistemas marinhos
Tem muito pouca expressão a actividade industrial do país. O fabrico manual de tais, panos artesanais, transformação de madeiras em carpintarias, extracção de sal por processos muito artesanais, etc. Há falta de profissionais qualificados e de uma rede viária e de transporte capaz. As leis existentes limitam o investimento estrangeiro.
Em relação ao turismo, há algumas boas unidades hoteleiras na capital mas de pouquíssima qualidade no resto do país. É um país com potencial para o turismo privilegiando o mar, a montanha e as águas termais. Contudo, é necessário criar infra-estruturas que suportem a vinda de turistas a Timor.
No séc XVII e seguinte, a igreja assegurava o acesso da população ao ensino. Só a partir de 1915, Portugal se começou a preocupar com este problema. Com a ocupação indonésia surgiram alguns equipamentos escolares. Os conflitos após o referendo, deixaram o país com muitos estabelecimentos de ensino destruídos, restaurados posteriormente com o apoio dos organismos internacionais. Atualmente, existem muitos estabelecimentos escolares, onde é ministrado um ensino com pouca qualidade e em que o rácio professor 7 aluno é muito elevado (em 2000-2001, o rácio era de 47 alunos por professor), com poucos recursos materiais. Embora o português e o tétum sejam as duas línguas oficiais, cada professor dá as suas aulas na língua que domina, embora os testes tenham de ser feitos em português.
É apenas em 1918 que Portugal resolve criar serviços de saúde mas só na década de 60 houve um maior investimento nesta área. A invasão indonésia não trouxe melhorias significativas. Os hospitais públicos existentes não têm as condições de salubridade mínimas. A falta de profissionais qualificados é suprida com o recurso a apoios de outros países, nomeadamente Cuba. Em 2001, existiam 211 unidades de saúde, tanto públicas como privadas.
As vias de comunicação nunca foram muito desenvolvidas limitando o parque automóvel existente. Durante a ocupação indonésia, as estradas foram asfaltadas e o número de veículos aumentou consideravelmente. Atualmente, as estradas estão em muito mau estado, sendo que algumas delas se encontram em obras, obrigando a deslocações demoradas e muito difíceis. É possível a deslocação de pessoas e bens em biskotas (autocarros entre Dili e as restantes cidades, mikroletes (autocarros mais pequenos que circulam dentro da cidade) e angunas (camiões que tanto transportam pessoas como mercadorias). Dado o mau estado de conservação das estradas, a velocidade média é muito baixa. O táxi é um meio de transporte muito utilizado em Díli.
O comércio internacional
É um país muito dependente do exterior com uma balança comercial muito deficitária. No séc. XIX, Timor exportava produtos alimentares para a Austrália. Hoje em dia, as actividades económicas estão pouco desenvolvidas, os níveis de produtividade são baixos e mesmo na agricultura não são auto-suficientes. Vários factores justificam a baixa produtividade na agricultura: condições climáticas que favorecem a erosão dos solos, exploração intensiva, má gestão dos recursos, queimadas, etc. A instabilidade vivida nos últimos anos provocaram também situações complexas de registo de propriedade dos bens.

Informação baseada no livro “Atlas de Timor Leste”
 da Faculdade de Arquitetura

 Universidade Técnica de Lisboa